domingo, 19 de outubro de 2008

O Novo Acordo Ortográfico



O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva assinou no dia 29 de Setembro de 2008, o decreto que estabelece o cronograma para a vigência do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. O acordo entrará em vigor em janeiro de 2009, mas as normas ortográficas do Brasil e de Portugal poderão e continuarão sendo usadas até dezembro de 2012 nos exames escolares, concursos públicos e em vestibulares.
O acordo previa 20 bases de mudanças e busca unificar a escrita nos oito países que falam português: Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Portugal e Brasil
As regras ortográficas que constam no acordo serão obrigatórias inicialmente em documentos dos governos. Nas escolas, o prazo será maior, devido ao cronograma de compras de livros didáticos pelo Ministério da Educação.
As mudanças mais significativas alteram a acentuação de algumas palavras, extingue o uso do trema e sistematiza a utilização do hífen. No Brasil, as alterações atingem aproximadamente 0,5% das palavras. Nos demais países, que adotam a ortografia de Portugal, o percentual é de 1,6%.
O acordo incorpora tanto características da ortografia utilizada por Portugal quanto a brasileira. O trema, que já foi suprimido na escrita dos portugueses, desaparece de vez também no Brasil. Palavras como "lingüiça" e "tranqüilo" passarão a ser grafadas sem o sinal gráfico sobre a letra "u". A exceção são nomes estrangeiros e seus derivados, como "Müller" e "Hübner".
Seguindo o exemplo de Portugal, paroxítonas com ditongos abertos "ei" e "oi" --como "idéia", "heróico" e "assembléia"-- deixam de levar o acento agudo. O mesmo ocorre com o "i" e o "u" precedidos de ditongos abertos, como em "feiúra". Também deixa de existir o acento circunflexo em paroxítonas com duplos "e" ou "o", em formas verbais como "vôo", "dêem" e "vêem".
Os portugueses não tiveram mudanças na forma como acentuam as palavras, mas na forma como escrevem algumas delas. As chamadas consoantes mudas, que não são pronunciadas na fala, serão abolidas da escrita. É o exemplo de palavras como "objecto" e "adopção", nas quais as letras "c" e "p" não são pronunciadas.
Com o acordo, o alfabeto passa a ter 26 letras, com a inclusão de "k", "y" e "w". A utilização dessas letras permanece restrita a palavras de origem estrangeira e seus derivados, como "kafka" e "kafkiano".
A unificação na ortografia não será total. Como privilegiou mais critérios fonéticos (pronúncia) em lugar de etimológicos (origem), para algumas palavras será permitida a dupla grafia.
Isso ocorre em algumas palavras proparoxítonas e, predominantemente, em paroxítonas cuja entonação entre brasileiros e portugueses é diferente, com inflexão mais aberta ou fechada. Enquanto no Brasil as palavras são acentuadas com o acento circunflexo, em Portugal utiliza-se o acento agudo. Ambas as grafias serão aceitas, como em "fenômeno" ou "fenómeno", "tênis" e "ténis".
A regra valerá ainda para algumas oxítonas. Palavras como "caratê" e "crochê" também poderão ser escritas "caraté" e "croché".
As regras de utilização do hífen também ganharam nova sistematização. O objetivo das mudanças é simplificar a utilização do sinal gráfico, cujas regras estão entre as mais complexas da norma ortográfica.
O sinal será abolido em palavras compostas em que o prefixo termina em vogal e o segundo elemento também começa com outra vogal, como em aeroespacial (aero + espacial) e extraescolar (extra + escolar).
Já quando o primeiro elemento finalizar com uma vogal igual à do segundo elemento, o hífen deverá ser utilizado, como nas palavras "micro-ondas" e "anti-inflamatório".
Essa regra acaba modificando a grafia dessas palavras no Brasil, onde essas palavras eram escritas unidas, pois a regra de utilização do hífen era determinada pelo prefixo.
A partir da reforma, nos casos em que a primeira palavra terminar em vogal e a segunda começar por "r" ou "s", essas letras deverão ser duplicadas, como na conjunção "anti" + "semita": "antissemita".
A exceção é quando o primeiro elemento terminar em "r" e o segundo elemento começar com a mesma letra. Nesse caso, a palavra deverá ser grafada com hífen, como em "hiper-requintado" e "inter-racial".
A aplicação do novo acordo ortográfico, entretanto, não é consenso como podemos ler abaixo:

Argumentos a favor
- aproximação da oralidade à escrita
- atualmente a Língua Portuguesa é a única que tem duas grafias oficiais
- simplicidade de ensino e aprendizagem
- unificação de todos os países de língua oficial portuguesa
- fortalecimento da cooperação educacional dos países da CPLP
- evolução da língua portuguesa
- pequena quantidade de vocábulos alterados (1,6% em Portugal e 0,45% no Brasil)
- o português é o 5º idioma mais falado no mundo e o 3º no mundo Ocidental. A unificação das grafias permite aumentar, ou pelo menos manter a força da Língua Portuguesa no panorama mundial.

Argumentos contra
- evolução não natural da língua
- tentar resolver um “não-problema”, uma vez que as variantes escritas da língua são perfeitamente compreensíveis por todos os leitores de todos os países da CPLP
- desrespeito pela etimologia das palavras
- a não correspondência da escrita à oralidade. Por exemplo, existem consoantes cuja função é abrir vogais, mas que o novo acordo considera mudas nomeadamente em teto, passando a escrever-se teto, dever-se-ia ler como teto (de seio)?
- processo dispendioso (revisão e nova publicação de todas as obras escritas, os materiais didáticos e dicionários tornar-se-ão obsoletos, reaprendizagem por parte de um grande número de pessoas, inclusive crianças que estão agora a dar os primeiros passos na escrita)
- o fato de não haver acordo, facilita o dinamismo da língua, permitindo cada país divergir e evoluir naturalmente, pelas próprias pressões evolutivas dos diferentes contextos geo-sócio-culturais como no caso do Inglês ou do Castelhano
- afeto com a grafia atual
- falta de consulta de lingüistas e estudo do impacto das alterações.
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A mim, parece ter faltado maior discussão e divulgação. Não encontrei em parte alguma, notícias de debate acadêmico ou um posicionamento da Academia Brasileira de Letras, salvo artigos individuais e esparsos. ( http://www.academia.org.br/ )
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Buenas, compadre. Tem bóia? Vim prá pousar.

Me representa, assim de relancina, que estás meio abichornado! Reparei nos olhos. É por causa das letras de que falastes ali em riba? Não?... Ficas aí espremendo os miolos com coisa sem importância. Pra mim isso é de somenos. Não conheço a maioria delas...

Algum cambicho mal resolvido? Não é bem isso também?... Então... Dor de cambicho é maleva. Mas tem males maior. Tu não sabes por que nunca fostes da lida. Se fosses campeiro saberias o quanto dói quando montamos mal aprumado e sentamos em cima de um ovo de encontro com a cabeça dos arreios... Como?... Não pode falar “ovo”?... Não?... Bago, então... Também não pode?... Cojones!!!...

Ainda tens da erva que trouxe? Dá para mais uma encilha? Te pare por aí mesmo, remoendo os pensamentos, que hoje eu faço os preparos do mate.

Modo de fazer:
Esquente a água. Quando a chaleira começar a tremer ou chiar apague o fogo. Obs: se a água esquentar demais queima a erva e o chimarrão não fica bom e você também pode queimar a boca.
Cevando o mate (termo gaúcho para o preparo do chimarrão):
- Despeje a erva na cuia até cobrir o pescoço.
- Tampe a cuia com o aparador.
- Tombe a cuia de lado e agite na horizontal para situar a erva no lugar certo.
- Levante a cuia mais ou menos 45 graus.
- Retire o aparador devagar e veja se a erva ficou bem posicionada.
- Derrame devagar o copo com a água morna pela parede da cuia. Obs: Não utilize água quente pois estraga a erva.
- Segure a bomba e tampe o bocal com o dedão.
- Coloque a parte de trás da bomba contra a parede de erva.
- Introduza a bomba até o fundo.
- Ainda com o bocal tampado gire a bomba no sentido anti-horário mais ou menos 90 graus até que a bomba se posicione em linha reta.
- Retire o dedão do bocal.
- Puxe a primeira água com a boca e descarte (a primeira nunca é boa)



4 comentários:

Anônimo disse...

Ah,sou contra estas mudanças!
Adoro a lingua portuguesa..adoro seus trejeitos,suas pegadinhas...e,sei lá,me sinto,com estas mudanças,como se perdesse a identidade...entendes?
Posso ser bairrista neste quesito,mas,não gostei...
Vou ter que aprender tudo de novo...(e isto ocupa meu tempo e meu cérebro...rs)
Nem preciso de outro motivo...só este já basta...rs
.
Já tô cansada só em pensar que terei que aprender..rs
.
.
Abraços!!
.

Anônimo disse...

hummmm
li trocentas vezes a tal receita. concluí que não serei capaz de preparar o dito cujo.
o juca não me aceitaria na casa dele p/ matear, afinal, ele parece entender da arte?
hum, hein? posso?
beijos todos

Quasímodo disse...

Milly;
Não me parece ser uma questão de bairrismo. O que me preocupa é a perda da etimologia das palavras, suas raízes, suas orígens.
A abolição dos acentos diferenciais também é outro ponto que cabe discussão... Assim, a preposição "pelo" (por), terá a mesma grafia do substantivo "pêlo" (cabelo) e do verbo "pélo" (pelar, depilar).
Por outro lado, a unificação da escrita fortalecerá o português como língua universal.

Marta;
O Juca disse que pode ir na casa dele... Ele te ensina como cevar um bom mate e preparar um revirado de feijão com toucinho...

Anônimo disse...

quasímodo, juro que agora eu vou preparar o meu chimarrão, tenho a cuia, a bomba, a erva, dizem que nós paulistanos não praticamos o habito do chimarrão, mas é porque nós não sabemos fazer.
Todos os bons habitos de todas as culturas são aprovados, praticados e muito bem aceitos.
Vou tentar, depois te conto, porque até agora só fiz chimarrão amarguiiissiiimo...rrsss, depois te conto. obrigada.

 
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