domingo, 20 de fevereiro de 2011

A Pipa


Quando me levas a passear no campo,
E me empinas em direção aos céus
Tu te deleitas com meu trôpego voar,
Sem preocupar-se com os sentimentos meus.

Quisera eu desgarrar-me livremente,
E com as gaivotas ir voar distante,
Sumir-me para sempre no horizonte,
Mas estou preso pelo teu barbante.

Então, saciada, me devolves ao solo;
E me recolhes, jogando-me sem jeito,
À qualquer canto de teu apartamento.

Sonhas comigo no teu sono manso.
Queres amar-me, porém não correspondo,
Pois como pipa, eu só amo o vento.

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Esse soneto, surgiu em 2005 com a seguinte dedicatória: "À querida amiga MEL, que na Internet empinamos letrinhas". Depois nossos caminhos se desviaram. Somente agora a encontrei novamente, e coincidentemente, quando observava os meninos da minha nova cidade a empinar pipas. Hábito que há muito não via. Abraço, amiga Mel.

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Uma pipa (português brasileiro) ou papagaio de papel (português europeu) , também chamada de papagaio, pandorga ou raia, é um brinquedo que voa baseado na oposição entre a força do vento e a da corda segurada pelo operador.
É composta de uma estrutura armada que suporta um plano de papel que tem a função de asa, sustentando o brinquedo. Conforme o modelo pode contar com uma rabiola, que é um adereço preso na parte inferior para proporcionar estabilidade, geralmente feitas de fitas plásticas finas ou de papel, ou mesmo de pano, amarradas a uma linha.
É um dos brinquedos mais utilizados por crianças, adolescentes e até adultos. Na maiorias das vezes, não há um local apropriado para a prática desta brincadeira. Os pipeiros, como são chamados, acabam brincando em meio a fios de alta tensão em ruas e avenidas.

História
As pipas nasceram na China antiga. Sabe-se que por volta do ano 1200 a. C. foram utilizadas como dispositivo de sinalização militar. Os movimentos e as cores das pipas eram mensagens transmitidas à distância entre destacamentos militares.
No décimo segundo século, na Europa, as crianças já brincavam com pipas. Vale a pena notar também o papel desempenhado pela pipa como aparelho de medição atmosférica. O político e inventor americano Benjamin Franklin utilizou uma pipa para investigar e inventar o Pára-raios. Hoje, a pipa mantém a sua popularidade entre as crianças de todas as culturas.

Outras designações
No Brasil cafifa, papagaio, quadrado, piposa, pandorga (no Rio Grande do Sul e Santa Catarina), arraia ou pepeta (em estados como Acre e Amazonas).
E em Portugal, papagaio de papel, no arquipélago da Madeira como joeira.


Pipa x arraia; Muito populares nos subúrbios da cidade do Rio de Janeiro, são chamadas de pipas propriamente ditas aquelas em formato de pentágono, com cabresto triangular e rabiola. Já as arraias não possuem rabiola, e são mais comuns em Niterói.

Tipos de pipas
• Suru - pipa que não tem rabiola e também em sua fabricação só utiliza duas taletas (varetas) em forma de cruz e é totalmente encapada.
• Raia - não utiliza rabiola e tem formato de losango.
• Peixinho - semelhante a raia, mas em sua maioria leva rabiola.
• Morcego - pipa sem rabiola, em formato retangular e não é totalmente encapada.
• Pião - pipa grande que precisa de muita rabiola para subir é considerado pião, quando a vareta central da pipa geralmente ultrapassa a medida de 60 cm.
• Telequinho (ou Jerequinho no RJ) - pipa pequena que precisa de pouca rabiola para subir.
• Telecão (ou Jereco no RJ) - pipa um pouco maior que o telequinho.
• Maranhão - pipa com rabiola e muita mobilidade.
• Carrapeta - feita com três varetas em tamanhos diferentes, uma central (de maior tamanho) e duas transversais, formando uma espécie de cruz, com espaço entre si, sendo que a inferior é em tamanho mais curto.
• Baratinha ou Charutinha - espécie de pipa com rabiola, possui formato retangular, tem muita agilidade. Surgiu no RJ, na evolução dos modelos de pipas de SP.
• Pipas de Biquinho - modelo muito conhecido dos cariocas, com rabiolas imensas, tem capacidade de chegar muito longe.
• Pipa "Batata" - semelhante a carrapeta, sendo que as varetas transversais não do mesmo tamanho.
• Pipa Modelo - conhecidas pelos seus formatos variados, destacadas não só pelo seu tamanho, que pode ser muito grande, mais também pela beleza. Muito vistas em "Festivais".

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5 comentários:

krika disse...

Amigo..
Parece que de tanto navegar no linguagem e afins vc postou uma atividade abrangendo gêneros literários. Primeiro a poesia, depois definições de pipa. Vou escalá-lo como assistente....

Quasímodo disse...

Krikita... O Linguagem é uma fonte inesgotável de conhecimento.
Não me escale como assistente. Melhor será como discípulo.

Anônimo disse...

muito bom,
Volmir

krika disse...

ai...ai...afilhado....Nós dois nos bajulamos muito, e é bom não é?

disse...

Gostei muito do soneto, da imagem tão alegre da pipa e das variações linguísticas!
Coloquei-me a pensar que é pena muitas crianças, inclusive, meu filho, já não poderem mais brincar tão soltas e leves como a própria pipa sugere, não é mesmo? Dia desses meu pequeno exigiu uma pipa e meu esposo teve que dar um jeito (comprou uma em formato de pássaro... Na verdade ele queria uma de batman, mas, era enorme!rs) e cadê vento e tempo suficientes? Nas férias foi possível realizarem a proeza e vi tanta alegria nesse menino! Outro dia na tarefa escolar abordou-se o tema: brinquedos e brincadeiras antigas e o mais novo desejo dele agora é jogar "bola queimada" conosco...rs.
Seu post suscitou essas lembranças e, infelizmente, hoje as crianças não brincam tanto na rua não só por causa da violência crescente ou falta de tempo dos pais, mas talvez porque nos esquecemos que um dia fomos criança e brincávamos de coisas que não exigiam tanto dinheiro nem tanta tecnologia e éramos mais felizes que essas gerações presentes e futuras, ao que se mostram cada dia mais insatisfeitas e menos interessadas nas coisas simples e importantes.
Educar é realmente um ato que exige dedicação e muito amor, ainda mais nesses tempos modernos.
Bjins e até!

 
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