domingo, 18 de outubro de 2009

O que é indisciplina?

Hoje é um dia especial, diferente.

Temos uma hora a menos do dia no Brasil.

Temos a volta da amiga Krika ao Blog, ela que por motivos de atribulações em seu trabalho, esteve por algumas postagens ausente. Bom retorno, amiga. O texto abaixo foi enviado à Torre na véspera do dia dedicado em homenagem aos professores. Vai aqui, então, com um pouco de atraso. Ele também está publicado em seu Blog "Linguagem e Afins".
E por último, a Torre homenageia a querida Marta, presença frequente por aqui e que no sábado, 17, colou mais uma estrelinha em sua vida luminosa.

Muitas felicidades, querida.

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O HÁBITO SAUDÁVEL DA LEITURA E DA REFLEXÃO


Amanhã é o dia do professor. Além dos vitoriosos parabéns, deixo aqui minha opinião em relação à reportagem da Revista Nova Escola deste mês: “ O que é indisciplina?”

A matéria em questão, autoria de Beatriz Vichessi, é bem pertinente. Aproveitando o “gancho”, penso em algumas questões, do outro lado, ou até refazendo perguntas em cima das que ela citou.

Sem dúvida a adequação das estratégias de ensino e falta de conhecimento sobre o tema é grave. Creio que isso já está sendo debatido, pois a formação pedagógica de estudantes que escolhem esta área, dos últimos tempos, é bem duvidosa. Haja vista o número crescente de cursos à distância, inclusive na internet, que surgiram. Hoje é comum dizer que tal curso tem aulas “presenciais”. Não vou enveredar neste item, pois o assunto é indisciplina.

Realmente a garotada entra na classe e coloca até o ventilador do teto em rotação contrária. Trabalho em escola pública e creio que a questão primordial é a de resgatar valores, e inclusive, preservar o patrimônio público. Porém, convenhamos e eis minha primeira pergunta: Qual aluno deseja que o seu professor fale de regras? Promover uns “combinados” com eles? Dar liberdade para que elaborem uma lista de atividades de literatura?

Solicitar que, em grupo façam uma produção de texto sobre um tema? Promover debates sobre um filme interessante, que eles assistiram na famosa sala de vídeo? Imagina, eles só desejam fazer bagunça e destruir o DVD!

Aqui em Minas Gerais, temos os dias escolares marcados em calendário escolar, para que os pais e alunos se reúnam com os professores e funcionários da escola, justamente para elaborarem democraticamente estas, entre outros assuntos importantes da vida escolar. Se há democracia e se há consenso de idéias por parte da direção da escola? Eu vejo que sim. Faço questão de observar as reações dos pais, nestas oportunidades. A velha balança pende pro lado que você representa, ou seja: o professor diz que a formação de valores é feita em casa e os pais dizem que a escola é responsável pela educação. Notaram a diferença? Formação de valores e educação escolar não tem aspectos diferentes? No meu vocabulário tem.

Formação de valores se traz da família e educação escolar busca-se na entidade escolar, através do ensino e aprendizagem. Esta é responsabilidade do professor: ensinar e proporcionar uma bagagem cultural adequada. Claro! Precisam andar juntas! È fato! Professores e pais são responsáveis, pela educação dos jovens.

Se você solicita gentilmente disciplina em suas aulas e seus alunos não correspondem, após as inovações de estratégia adequadas de motivação, com textos de assuntos do universo deles, (inclusive) o que fazer?

Tenho a oportunidade de fazer um trabalho diversificado, pois estou colaborando na escola, com a turma de Tempo Integral. São alunos privilegiados, que diariamente preciso resgatar tudo do dia anterior. Eles são defasados e apresentam dificuldades na sala regular. Inclusive, é proibido repetir as aulas do professor. Então, através das atividades artísticas tenho levado a linguagem para “pintar o sete”. Pensam que é fácil distribuir pincéis e tintas para 20 alunos? Se você vira as costas para um, este já dá um jeito de quebrar o pincel ou derrubar a tinta no chão ou no colega próximo. Pelo que li, meu procedimento é o de não dar bronca, não falar alto, não desrespeitar o aluno. Pergunto: quando o aluno deve respeitar- me? Quando ele vai entender que o projeto existe para o bem dele? E que aquele material que o governo “deu” é para usufruirmos de forma positiva? Alguns dizem: “não vou fazer esta atividade, a não ser que eu possa levar para casa.” O que eu digo? Sorrio e digo, olha meu bem... Faça se você quiser...

Não está faltando aí o valor familiar? A intervenção dos pais? Porque somente eu devo respeitá-los? Não é uma via de mão dupla? Já faz tempo que a escola precisa dos pais e que os pais precisam dos professores. Isto não é novidade. Também não é novidade que o respeito mútuo é primordial.

Quanto à falta de autoridade do professor na classe: se ele diz que vai mandar o aluno pra diretoria, está equivocado. Porém, se ele toma uma decisão com seu aluno, dentro dos padrões de consenso, esta decisão deve acatada e respeitada por todos. Ocorre, às vezes, que diante dos pais,a direção pende pro lado dos pais e o professor fica sem autoridade, embaraçado e ofendido.

Também, não vejo erro, quando, se tiver oportunidade, chamar alguém da diretoria ou secretaria, ou supervisão para fazer uma visitinha em sua aula, naquele momento de indisciplina. Que tal o recurso da frase estimuladora: “Olha, diretor, nosso trabalho de artes, não ficaria mais “fera” (palavra do vocabulário deles) se todos colaborassem? Poxa, poderíamos fazer muito mais, não acham?

Regras morais: Hoje se um colega vê uma intervenção destruidora de outro colega, e delata, está jurado até de morte na rua... As ofensas e promessas são feitas ali, na frente de qualquer pessoa. Estes jovens estudantes destemidos ainda dizem para você, que frequentam a escola por que eles têm direitos e os pais recebem bolsa escola. Acreditam? Pergunto: onde estão os deveres destes supostos necessitados de escola pública? Obviamente, para este fim, eles lêem e interpretam a lei direitinho, que obriga (com imposições equivocadas, que tal exigir aprendizagem razoável?) sua frequência diária.

Quanto a este trecho: “Falta sensibilidade moral aos professores que tiram sarro do aluno, uma situação, infelizmente, bem comum.” Sei que existem estas situações, porem vou refazer a afirmativa: Falta sensibilidade moral aos alunos que tiram sarro do professor, uma situação, infelizmente, bem comum.

Acredito no resgate dos valores e virtudes, afinal, fui educada a dar valor e agradecer, principalmente a Deus, pelas minhas conquistas, tanto que elaborei um pequeno projeto chamado “Pequenas Ternuras”. Confesso que às vezes tenho vontade de chorar, pelo fracasso, na prática. Também me questiono, reflito e ainda busco novos caminhos. Incentivar e respeitar a autonomia do aluno, sim, mas desde que eles também cumpram sua parte.

Nós todos temos direitos, mas não podemos jamais, esquecer nossos deveres.
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2 comentários:

marta disse...

amadinho, beijo...

;o))

Vanessa disse...

Muito bom! Concordo, plenamente, com vc!
Abraços.

 
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