Pernambucano, cantor e compositor, Paulo Diniz chegou ao Rio de Janeiro na década de 1960 contratado pela Rádio Globo após alguns anos em rádios de Recife e Fortaleza.
Seu primeiro disco - um compacto simples com as músicas "Quem desdenha quer comprar" e "O chorão" - teve boa repercussão, rendendo convites para participar do programa de maior sucesso na televisão da época, Jovem Guarda, comandado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa.
Como a parceria Roberto e Erasmo, Paulo Diniz fazia canções com Odibar Moreira da Silva, o Odibar, tendo “Pingos de amor” como a música mais conhecida. Vendeu mais de 1 milhão de álbuns e foi regravada por Emilio Santiago e Kid Abelha e cantada por Zeca Baleiro.
Paulo Diniz demonstrou grande habilidade em musicalizar poemas de autores de língua portuguesa, como a famosa "José", de Carlos Drummond de Andrade, "Vou-me embora pra pasárgada", de Manuel Bandeira. Outros sucessos posteriores vieram: "Um chope pra distrair"; "Piri Piri"; "Como?"; "Vou-me embora" e "Quero voltar para a Bahia (I want to go back to Bahia)", esta dedicada à Caetano Veloso quando estava exilado em Londres.
“O AI-5 foi uma barra pesada, calou a boca de todo mundo. Tive a música 'Palmares' censurada. Cortaram também a '“Malandro é São Benedito'... Nunca quis gravar depois.
Na época do Pasquim, que esgotava meia hora depois de chegar na banca, o Caetano mandava matérias, cartas. Numa delas dizia que estava solitário em Londres. Ele usava aquele visual riponga, que lá não era nada demais, cheio de malucos. Eu também estava muito só; a gente se conhecia do Solar da Fossa, onde a gente viveu um tempo. Gil, Caetano, Torquato, Rogério Duarte, Gal, Aderbal Freire Filho, meu companheiro de elenco de rádio-teatro na Rádio Dragão do Mar...” contou Paulo Diniz em 2008 ao repórter Henrique Nunes para o Diário do Nordeste.
Há 20 anos, Paulo Diniz teve uma inflamação na medula que provocou problemas em suas pernas, mas em 1997 retomou a carreira. Atualmente continua se apresentando com sua voz rouca e seu velho violão.
Vou-me embora
Vou-me embora
Vou buscar a sorte
Caminhos que me levam
Não têm Sul nem Norte
Mas meu andar é firme
E meu anseio é forte
Ou eu encanto a vida
Ou desencanto a morte...
Vou-me embora
Vou-me embora
Vou-me embora
Nada aqui me resta
Senão a dor contida
Num adeus sem festa.
Eu vou na ida indo
Que o temor desperta
Cuidar da minha vida
Que a morte é certa.
Quem disse que trazia
Quem disse que trazia
Até hoje não trouxe
O bem de se fazer
da vida amarga, doce.
Eu não espero o dia
Eu não espero o dia
Pouco me importa
Se o velho é sábio
Se a menina é louca
Se a tristeza é muita
Se a alegria é pouca
Se José é fraco
Ou se João é forte
Eu quero a todo custo
Encontrar a sorte.
Vou-me embora
Vou-me embora
Vou-me embora
E levo na partida
Resolução no peito
Firme e definida
Quem vem na minha ida
Ouve a minha voz
E cada um por si
E Deus por todos nós...
(Há muito tempo, cantei essa música em uma despedida que pensava breve. Quando voltei, não encontrei mais nada do que havia a tanto custo construido. Nem a mim mesmo.)
Confira em:
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2 comentários:
Amigo, estou comemrorando ainda 1 ano de linguagem e ofereço-lhe a flor da amizade.
Abraços e saudades
Krikita, companheira.
Parabéns pelo aniversário do Linguagens a Afins. Ele se consolidou nesse primeiro ano. E já deu frutos como o Pensar & Agir.
Quanto à flor da amizade, a nossa já é de tão longa data, que já germinaram várias gerações de sementes.
Povo por cá está saudoso de teus contributos para com a Torre.
Grande abraço.
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