domingo, 30 de novembro de 2008

Enchentes

Amanhã eu vou m'embora
pros rumo de Uruguaiana
vou levando na minha balsa
cedro, angico e canjerana.

Quando chegar em São Borja,
dou um pulo a Santo Tomé
só pra ver as correntinas
e bailar um chamamé.

Oba, viva veio a enchente
o Uruguai transbordou
vai dar serviço prá gente.
Vou soltar minha balsa no rio,
vou rever maravilhas
que ninguém descobriu.

Se chegar ao Salto Grande
me despeço deste mundo,
rezo a Deus e a São Miguel e
solto a balsa lá no fundo.

Quem se escapa deste golpe,
chega salvo na Argentina.
Só duvido que se escape do
olhar das correntinas.

Oba, viva veio a enchente
o Uruguai transbordou
vai dar serviço prá gente.
Vou soltar minha balsa no rio,
vou rever maravilhas
que ninguém descobriu.

Composição de Barbosa Lessa, gravada por Cenair Maicá, e outros.

-0-

O que era esperado, antigamente, como uma bênção pelos balseiros do rio Uruguai, que transportavam madeiras através do rio para a Argentina e o Uruguai ( o País), a enchente, veio em forma de tragédia mais ao norte e ao leste de Santa Catarina. Seria um despropósito e extemporâneo iniciarmos a publicação de nossa história neste momento.

Além de que não nos será possível relatar da forma como gostaríamos, citando nomes e fatos reais. Essa História está pronta, mas amordaçada por circunstâncias várias. Se não podemos contar a História, contaremos a Estória. Será uma ficção, romanceada e novelesca, e estamos a dar esse novo formato. Não nos esqueceremos de colocar em destaque a famosa frase: “ Esta é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com fatos, pessoas, situações passadas, presentes ou futuras terá sido mera coincidência”.

Nos aguardem.

Quasímodo e Juca Melena.
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Há cerca de um mês, noticia-se de forma crescente nos meios de comunicação do Brasil e do exterior o que se passa no estado de Santa Catarina.

A grande enchente que se abate sobre o nordeste do estado, já é considerada a maior catástrofe natural de todos os tempos. São milhares de desabrigados e mais de uma centena de mortos, a maioria vítimas de deslizamentos de terras, que soterram suas residências. Não são, na sua quase totalidade, moradas improvisadas ou rústicas. São cidadãos que moravam em casas regulares, construídas ao abrigo da Lei e com autorização e habite-se oficial.

As chuvas não têm sido o que se pode considerar temporais, porém a constância e permanência delas, foi aos poucos se inflitrando na terra instabilizando-a nos morros, que já não têm a cobertura vegetal necessária para sustentá-la e enchendo os rios, que sem escoamento necessário, fugiu de seu leito natural e invadiu ruas e casas.

Neste momento é hora de solidariedade e ajuda.

Mas é preciso, desde já, começar a elaborar uma pauta de discussões. Não foi só a natureza a culpada. Chuvas sempre houveram, de maior ou menor intensidade. É preciso responsabilizar, individual ou coletivamente, quem permitiu a ocupação e destruição de espaços necessarios à preservação do equilíbrio e harmonia da gealogia antes existente.

É preciso rediscutir planos diretores, leis de ocupação de solo e o papel das imobiliárias e incorporadoras e de quem lhes autoriza a comercializar áreas que deveriam ser preservadas para o bem comum.
Por ora é só. Mas só por ora.
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O HÁBITO SAUDÁVEL DA LEITURA

“Literatura é um prazer que pode ser estimulado, e não prescrito.”
José Rufino Santos – Nova Escola – 04/08



O tema do último concurso deste semestre foi baseado nas leituras que fizemos durante os meses de outubro e novembro.

Os alunos escreveram sobre suas aventuras, ou sobre seu herói preferido. O prêmio foi uma caixa de chocolates, sugestão dada por eles, na última pesquisa, realizada em novembro.

Eis a redação vencedora: Mariana – 6º Ano 11


MEU HERÓI PREFERIDO


Meu herói preferido é Deus, porque Ele nunca nos deixa sentir humilhados e nem ofendidos quanto aos vilões, e sempre nos coloca para frente, erguendo-nos a cabeça para o bem.

E o amor? Isso sim é ser herói!

Um herói que todos nós podemos ter, e que nunca será morto ou atacado por um vilão. Pois sempre estará guardado em nossos corações. “Ele tudo pode” e não há vilão que possa descobrir Sua façanha, então me fale:

- Quem vai desmascarar um amor verdadeiro de Pai?

Além de querido é um herói incrível, pois faz vários milagres por todo o mundo, como curar os olhos de um cego e talvez até as chagas de um homem. Creio que nenhum super herói como os de hoje possa fazer isso. Ele é incrível e inevitável na hora de realizar Seus milagres.

Então me diga: - Quem O pode? Ninguém!

Quem O vence? Ninguém!

Quem O derrota ? Ninguém!

Quem O deixa pra baixo? Ninguém!

E quem O ama? Todos!

È difícil resistir a tanto amor e carinho, pois Ele, o Deus, super herói, nos dá a confiança de um novo amanhecer com mais fé e amor, por Ele e pela vida.

Só que tanto amor assim está passando despercebido nas vidas dos jovens e das crianças. A televisão está tomando conta da vida deles. Então, vamos honrar a Deus e ser seus seguidores, pois Ele é o mandante, o Criador e o começo de tudo. E se Deus é um super herói e nós somos filhos deles, só podemos ser também super heróis.Mas não desses que podem voar ou até subir em paredes, e sim, pregadores de amor e paz.

Finalmente, assim, estaríamos cumprindo nossa missão aqui na terra.

Devo então, a Ele, meu muito obrigado, por ter me protegido todo esse tempo e me guiado para o caminho certo.
-0-
As sementes existem e são férteis.
Quando alguém ajuda a criar as condições, elas brotam e crescem.
Um novo blog foi criado recentemente, e já, pelo seu título, diz a que veio.
"Projetos e Idéias"
Vale acessar.
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domingo, 23 de novembro de 2008

O Boi Velho e o Hábito Saudável da Leitura



Quasímodo e Juca pretendiam, nesta edição, publicar a quatro mãos e a título de apreciação, uma história numa série de três ou quatro capítulos, sobre os balseiros do rio Uruguai.

Seria um teste da aceitação (ou não) desse formato, antes de lançarem-se a uma empreitada maior, que já está em adiantada fase, sobre as Reduções Jesuíticas.

Alguns problemas de ordem legal os impediram, temporariamente. Coisas a ver com direitos autorais e de pessoas, ainda vivas, de quem são necessários ter os seus consentimentos para citá-las e os seus testemunhos. Esperam eles superar esses pequenos entraves em breve, tudo de forma a passar as informações o mais próximo possível da verdade histórica, sem prejudicar pessoas ou ferir a Lei.

A partir desta edição, a Torre dará forma visual a uma pessoa que tem colaborado semanalmente e convergente com o cariz do blog. Trata-se de “Krika – A Professora” que juntamente com Juca Melena frequentará livremente os corredores da Torre e as pautas das Letras. Sua imagem-marca aparecerá sempre que o assunto se refira à educação.

Boa leitura.
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O BOI VELHO


Cuê-pucha!… é bicho mau, o homem!

Conte vancê as maldades que nós fazemos e diga se não é mesmo!... Olhe, nunca me esqueço dum caso que vi e que me ficou cá na lembrança, e ficará té eu morrer… como unheiro em lombo de matungo de mulher.

Foi na estância dos Lagoões, duma gente Silva, uns Silvas mui políticos, sempre metidos em eleições e enredos de qualificações de votantes.

A estância era como aqui e o arroio como a umas dez quadras; lá era o banho da família. Fazia uma ponta, tinha um sarandizal e logo era uma volta forte, como uma meia-lua, onde as areias se amontoavam formando um baixo: o perau era do lado de lá. O mato aí parecia plantado de propósito: era quase que pura guabiroba e pitanga, araçá e guabiju; no tempo, o chão coalhava-se de fruta: era um regalo!

Já vê... o banheiro não era longe, podia-se bem ir lá de a pé, mas a família ia sempre de carretão, puxado a bois, uma junta, mui mansos, governados de regeira por uma das senhoras-donas e tocados com uma rama por qualquer das crianças.Eram dois pais da paciência, os dois bois. Um se chamava Dourado, era baio; o outro, Cabiúna, era preto, com a orelha do lado de laçar, branca, e uma risca na papada.

Estavam tão mestres naquele piquete, que, quando a família, de manhãzita, depois da jacuba de leite, pegava a aprontar-se, que a criançada pulava para o terreiro ainda mastigando um naco de pão e as crioulas apareciam com as toalhas e por fim as senhoras-donas, quando se gritava pelo carretão, já os bois, havia muito tempo que estavam encostados no cabeçalho, remoendo muito sossegados, esperando que qualquer peão os ajoujasse.

Assim correram os anos, sempre nesse mesmo serviço.

Quando entrava o inverno eles eram soltos para o campo, e ganhavam num rincão mui abrigado, que havia por detrás das casas. Às vezes, um que outro dia de sol mais quente, eles apareciam ali por perto, como indagando se havia calor bastante para a gente banhar-se. E mal que os miúdos davam com eles, saíam a correr e a gritar, numa algazarra de festa para os bichos.

- Olha o Dourado! Olha o Cabiúna! Oôch!... oôch!…

E algum daqueles traquinas sempre desencovava uma espiga de milho, um pedaço de abóbora, que os bois tomavam, arreganhando a beiçola lustrosa de baba, e punham-se a mascar, mui pachorrentos, ali à vista da gurizada risonha.Pois veja vancê... Com o andar do tempo aquelas crianças se tornaram moças e homens feitos, foram-se casando e tendo família, e como quera, pode-se dizer que houve sempre senhoras-donas e gente miúda para os bois velhos levarem ao banho do arroio, no carretão.

Um dia, no fim do verão, o Dourado amanheceu morto, mui inchado e duro: tinha sido picado de cobra.Ficou pois solito, o Cabiúna; como era mui companheiro do outro, ali por perto dele andou uns dias pastando, deitando-se, remoendo. Às vezes esticava a cabeça para o morto e soltava um mugido... Cá pra mim o boi velho - uê! tinha caraca grossa nas aspas! - o boi velho berrava de saudades do companheiro e chamava-o, como no outro tempo, para pastarem juntos, para beberem juntos, para juntos puxarem o carretão...

- Que vancê pensa!… os animais se entendem... eles trocam língua!...

Quando o Cabiúna se chegava mui perto do outro e farejava o cheiro mim, os urubus abriam-se, num trotão, lambuzados de sangue podre, às vezes meio engasgados, vomitando pedaços de carniça...

Bichos malditos, estes encarvoados!...

Pois, como ficou solito o Cabiúna, tiveram que ver outra junta para o carretão e o boi velho por ali foi ficando. Porém começou a emagrecer... e tal e qual como uma pessoa penarosa, que gosta de estar sozinha, assim o carreteiro ganhou o mato, quem sabe, de penaroso. também...

Um dia de sol quente ele apareceu no terreiro.

Foi um alvoroto da miuçalha.

- Olha o Cabiúna! O Cabiúna! Oôch! Cabiúna! oôch!...

E vieram à porta as senhoras-donas, já casadas e mães de filhos, e que quando eram crianças tantas vezes foram levadas pelo Cabiúna; vieram os moços, já homens, e todos disseram:

- Olha o Cabiúna! Oôch! Oôch!...

Então, um notou a magreza do boi; outro achou que sim; outro disse que ele não agüentava o primeiro minuano de maio; e conversa vai, conversa vem, o primeiro, que era mui golpeado, achou que era melhor matar-se aquele boi, que tinha caraca grossa nas aspas, que não engordava mais e que iria morrer atolado no fundo dalguma sanga e... lá se ia então um prejuízo certo, no couro perdido...

E já gritaram a um peão, que trouxesse o laço; e veio. A mão no mais o sujeito passou uma volta de meia-cara; o boi cabresteou, como um cachorro...

Pertinho estava o carretão, antigão, já meio desconjuntado, com o cabeçalho no ar, descansando sobre o muchacho.

O peão puxou da faca e dum golpe enterrou-a até o cabo, no sangradouro do boi manso; quando retirou a mão, já veio nela a golfada espumenta do sangue do coração...

.Houve um silenciozito em toda aquela gente.

O boi velho sentindo-se ferido, doendo o talho, quem sabe se entendeu que aquilo seria um castigo, algum pregaço de picana, mal dado, por não estar ainda arrumado... - pois vancê creia! -: soprando o sangue em borbotões, já meio roncando na respiração, meio cambaleando o boi velho deu uns passos mais, encostou o corpo ao comprido no cabeçalho do carretão, e meteu a cabeça, certinho, no lugar da canga, entre os dois canzis... e ficou arrumado, esperando que o peão fechasse a brocha e lhe passasse a regeira na orelha branca...

E ajoelhou… e caiu… e morreu...

Os cuscos pegaram a lamber o sangue, por cima dos capins… um alçou a perna e verteu em cima... e enquanto o peão chairava a faca para carnear, um gurizinho, gordote, claro, de cabelos cacheados, que estava comendo uma munhata, chegou-se para o boi morto e meteu-lhe a fatia na boca, batia-lhe na aspa e dizia-lhe na sua língua de trapos:

- Tome, tabiúna! Nó té... Nô fá bila, tabiúna!...

E ria-se o inocente, para os grandes, que estavam por ali, calados, os diabos, cá pra mim, com remorsos por aquela judiaria com o boi velho, que os havia carregado a todos, tantas vezes, para a alegria do banho e das guabirobas, dos araçás, das pitangas, dos guabijus!…

- Veja vancê, que desgraçados; tão ricos… e por um mixe couro do boi velho!...

- Cuê-pucha!…é mesmo bicho mau, o homem!

Mais um conto de João Simões Lopes Neto extraído do livro Contos Gauchescos publicado em 1912.

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O HÁBITO SAUDÁVEL DA LEITURA

“...Estimular a leitura pelo prazer literário, ou seja, permitir que o aluno jogue, fabule, imagine, invente, desenhe, represente, cante. Tudo isso é da mesma natureza que o prazer pela leitura.”
Joel Rufino Santos - Nova Escola - 04/2008

RESENHAS

Como atividade de avaliação, a resenha apresenta-se de forma satisfatória e prazerosa, pois cumpre seu papel para ambos: professor e aluno.

Os alunos que levam um livro para ler em casa e que desejam ganhar um prêmio das promoções ou concursos entregam suas resenhas na Oficina.

Por ser uma atividade livre, como incentivo, e para que haja grande participação, eu ofereço brindes ou prêmios.

Os alunos pegam os cupons na caixinha, levam junto com o livro escolhido, preenchem após a leitura e aguardam o resultado.

Como introduzir a resenha:

Tenho dois modelos de resenhas. No início não falo que se trata de resenha, pois este termo ainda é desconhecido para eles.

Apresento modelos de resenhas como leituras e explico seu significado.

No início do ano eu coloco no cupom:
“Eu gostei da história que li porque, ou não gostei porque...”

Quando já estão cientes que se trata de “uma propaganda do livro lido”, eu coloco a palavra RESENHA no cupom, retirando a frase inicial.

Na medida em que se familiarizam com o exercício, aumento as dificuldades, exigindo uma produção do texto melhor, mais qualidade no vocabulário, mais capricho, afinal, estão “apreciando” uma obra lida e sugerindo sua leitura para colegas.


Promoções:

“Troque sua resenha por uma folha decorada.”
“Troque sua resenha por um material escolar.”
Após a correção das resenhas, eles escolhem a troca.

Concursos:

“Oficina dá prêmios para você.”
Realizados periodicamente, ofereço um prêmio, como dinossauros (revistas Recreio), chocolates, enfeites, cadernos decorados, canetas, etc.

Estes prêmios são doados por amigos, comprados em lojas de 1,99 ou ofertas que acompanham revistas, etc.

Estas resenhas são mais específicas, acompanhando o tema das leituras do mês. Ou seja, se o tema é aventura, lerão e farão as resenhas do tema.

Se um determinado material de leitura está sendo “esquecido”, eu faço alguma promoção dando prioridade para aquele material. As revistas Ciência Hoje é um exemplo.

Conhecem o ditado: “A propaganda é a alma do negócio?”

Pois é assim que funciona.

Bastou colocá-las em evidência, orientando-os através das leituras de como se lê um periódico, observando desde a capa, índice, assuntos, etc.

Livros didáticos trazem sugestões da prática destas leituras.

Reservo aulas para esta atividade. Eles aprendem individualmente a manusear as revistas.
Lembrem-se, meu trabalho é de “formiguinha”. Exige paciência e perseverança.

A Oficina oferece além de livros e revistas, leituras recortadas, fotocopiadas, retiradas da internet, de livros didáticos,revistas como Nova Escola, Recreio entre outras.

Uma nova experiência que fez sucesso entre as meninas foram os contos da escritora Thalita Rebouças. Ela escreve uma coluna na revista Atrevida. Acesso a revista pela internet e copio os contos. Aproveito também dicas de beleza, comportamento, moda.

O concurso “Fala Sério” revelou a criatividade das alunas.

A proposta era ler e fazer uma apreciação. O prêmio foi um kit bijuterias. Escolhi duas vencedoras, depois de, inclusive, solicitar ajuda a algumas colegas para o desempate, que não ocorreu, pois as duas corresponderam bem as expectativas. Conclusão: dividi o prêmio entre elas...

Produção de textos:

Alguns concursos são oferecidos para que escrevam livremente sobre um tema. Foi o que ocorreu no tema Folclore, no mês de agosto. O aluno vencedor, motivado pelas Olimpíadas, colocou o Saci no avião rumo á China. A proposta foi escrever uma história engraçada com este personagem.

No final desta postagem estão reproduzidas as produções destes vencedores.

Apresentação:

Como são curiosos, o painel é um momento excelente de estímulo. Existe uma satisfação de mostrarem suas resenhas, claro, além de ganharem um brinde ainda estão indicando aquelas leituras para os colegas.

Após a correção, escolho as mais significativas para colocar no painel.

Esta é uma oportunidade também para os alunos que apresentam dificuldades ao escrever e para os que lêem bem, que não gostam de escrever. Ofereço livros mais fáceis de interpretação. Oriento na elaboração, inclusive pedindo para passarem a limpo. Com o decorrer deste exercício, eles vão adquirindo confiança, gosto pela leitura, chegando aos livros mais adequados para sua idade.

Na medida em que eles me entregam outras, vou substituindo-as no painel, apresentando assim, novidades produzidas por eles.

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VENCEDOR DO CONCURSO SACI

Miguel - 6º ANO 12 SACI NAS OLIMPÍADAS

Saci fez a maior bagunça no avião indo para a China.

Você deve estar perguntando:- O que o Saci está fazendo num avião?

Ele está indo para a China...

Você dever estar perguntando:- O que ele vai fazer na China?

Ele vai participar da Olimpíada.

Ele está meio indeciso em qual esporte vai participar. Pensando, ele disse:
- No boxe eu não quero, eu já estou com as duas mãos furadas, eu não quero voltar para o Brasil mais furado ainda... No hipismo também não vai dar certo. Os cavalos já conhecem minha fama de dar nó nas crinas...

Enquanto ele pensava, o piloto do avião cansado de suas badernas como: dar nó nos cabelos dos passageiros, fazer desaparecer suas malas e usar seu rodamoinho de vento para derrubar a água da privada do banheiro...

Então, ele resolveu jogar o Saci fora do avião pela janela.

Quando o Saci foi se tocar, já estava em cima do Ninho do Pássaro.

E foi aí, que ele decidiu participar do salto com vara.

E foi assim, que o Brasil ganhou ouro nas olimpíadas de 2008!
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VENCEDORAS DO KIT BIJUTERIAS:
ALUNAS DO 6º ANO “ Fala Sério!!

Pãmela , da sala 12 ,escreveu :

Já vi que Malu não tem sorte mesmo, hem?

Um dia, pegar logo seis espinhas. Fala sério, né?

Mas, fazer o quê? Isso acontece com todo mundo.

Mas acho que Malu gostou de ter espinhas. Pelo menos ficou do lado do seu amor, conversando
sobre espinhas e nem viu passar a hora, dentro do ônibus...

Isso que é amor... De espinhas!

E é por isso que Malu fala:

VIVA AS ESPINHAS!

Patrícia Pires, da sala 11, escreveu:

Hi! Sujou! Nasceram muitas espinhas no rosto de Malu, que pediu muitas opiniões às amigas.

E coitada, levou tanto “você está feia!” na cara. Quem mandou pedir opiniões?

Malu ligou para Cecília marcando uma limpeza de pele, ficou com medo, mas o que ia fazer, né?

Passou muita dor, mas para ficar bonita o que a gente não faz?

Saiu de lá toda vermelha, mas para alegrar, ganhou um elogio, depois daquilo ela até esqueceu das espinhas!


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sábado, 15 de novembro de 2008

A Lenda da Lagoa Vermelha e Outros Assuntos

A primeira tentativa dos padres jesuítas, que resultou na fundação de 18 Povos Missioneiros no Rio Grande do Sul, deu em nada. Os bandeirantes de Piratininga, que haviam arrasado as reduções do Guairá caçando e escravizando índios para a escravidão das lavouras de cana-de-açúcar de São Paulo e Rio de Janeiro, quando souberam que os padres tinham vindo mais para o sul e erguido suas aldeias no Tape, vieram aqui fazer o que sabiam fazer. Assim e aos poucos, os padres tiveram que refluir para o oeste, fazendo agora na volta o mesmo caminho que tinham feito na vinda.
E nessa fuga tratavam de levar consigo tudo o que podiam carregar. O que não podiam, queimavam ou enterravam. Casas, plantações, até igrejas foram incendiadas, para que nada ficasse ao emboaba agressor.
Pois dizem que numa dessas avançava pelo Planalto, no rumo da Serra, vinha uma carreta carregada de ouro e prata, fugindo das Missões. Ali vinha a alfaia das igrejas, candelabros, castiçais, moedas, ouro em pó, um verdadeiro tesouro cujo peso faziam os bois peludearem. Com a carreta, alguns índios e padres jesuítas e atrás deles, sedentos de sangue e ouro, os bandeirantes.
Ao chegarem às margens de uma lagoa, não puderam mais. Desuniram os bois e atiraram a carreta com toda a sua preciosa carga na lagoa, muito profunda. E então os padres mataram os índios carreteiros e atiraram os corpos n'água, para que não contassem a ninguém onde estava o tesouro. Com o sangue dos mortos, a lagoa ficou vermelha.

E lá está, até hoje. Ao seu redor, cresceu uma bela cidade, que tomou seu nome - Lagoa Vermelha. E cada um dos moradores que passa na beira das águas coloradas, lembra que ali ninguém se banha, nem pesca, e segundo a tradição, a lagoa não tem fundo. E nas secas mais fortes e nas chuvaradas mais brabas, o nível da lagoa é sempre o mesmo.





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Eu e Juca estamos a desenvolver uma matéria sobre as Reduções Jesuíticas e os índios Guaranis, fundamental para o entendimento da História e Cultura Gaúcha. Como o tema é relativamente longo, estamos em busca da melhor forma de contar-vos, sem o risco de se tornar enfadonho e cansativo. Esperamos superar esse impasse em breve.


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Buenas, compadre. Sarastes daquela lombeira de letras?... Sarastes?... Então... Quem te ajeitou as idéias foi a dotora Anne ou o meu compadre de Bagé?... Nenhum dos dois? Sarastes por conta?... Isso recai e recolhe, como caxumba. Melhor tomar tenência.

Já que falastes de padres, pois eu, como lhe disse, de reza decorei a Ave Maria até o bendito o fruto e o Pai Nosso até as ofensas. Mas sei, por ouvir contar, o causo das Escrituras. Bota aí!... Foi assim:

A história essa é meio comprida, mas vale a pena contá por causa dos revertério.

De Adão e Eva acho que não é perciso contá os causo, porque todo mundo sabe que os dois foram corrido do Paraíso por tomá banho pelado numa sanga.

Naqueles tempo, esse mundaréu todo era um pasto só sem dono, onde não tinha nem dele nem meu. O primeiro índio a botá cerca de arame farpado foi um tal de Abel.
Mas nem chegou a estendê o primêro fio porque levou um pontaço nos peito do irmão dele, um tal de Caim, que tava meio desconforme com a divisão.

O Caim, entonces, ameaçado de processo feio, se bandeou pro Uruguay. Deixou o filho dele, um tal de Noé, tomando conta da estância.

A estância essa ficava nas barranca de uma corredêra e o Noé, uns ano despois, pegou uma enchente muito feia pela frente. Côsa muito séria...

Caiu água uma barbaridade! Caiu tanta água que tinha até índio pescando jundiá em cima de cerro.

O Noé entonces botou as criação em cima de uma balsa e se largou nas correnteza, o índio velho.
A enchente era tão braba que quando o Noé se deu conta a balsa tava atolada num banhado chamado Delúvio. Foi aí que um tal de Moisés varou aquela água toda com vinte junta de boi e tirou a balsa do atolêro.

Bueno, aí com aquele desporpósito, as família ficaram amiga.

A filha mais velha do Noé se casou-se com o filho mais novo do Moisés e os dois foram morá numa estância muito linda, chamada estância da Babilônica.

Bueno, tavam as família ali, tomando mate no galpão, quando se chegou um correntino chamado Golias, com mais uns trinta castelhano do lado dele.

Abriram a cordeona e quiseram obrigá as prenda a dançá uma milonga. Foi quando os velho, que eram de muito respeito, se queimaram e deu-se o entrevêro.

Peleia braba, seu. O correntino Golias, na voz de vamos, já se foi e degolou de um talho só o Noé e o velho Moisés. E já tava largando planchaço em cima do mulherio quando um piazito carretêro, de seus dez ano e pico, chamado Davi, largou um bodocaço no meio da testa do infeliz que não teve nem graça. Foi me acudam e tou morto.

Aí a indiada toda se animou e degolaram os castelhano.

Dois que tinham desrespeitado as prenda foram degolado com o lado cego do facão. Foi uma sangüêra danada. Tanto que até hoje aquele capão é chamado de Mar Vermelho.

Mas entonces foi nomeado delegado um tal de major Salomão. Homem de cabelo nas venta, o major Salomão.

Nem les conto! Um dia o índio tava sesteando quando duas velha se baterem em cima dum guri de seus seis ano que tava vendendo pastel. O major Salomão, muito chegado ao piazito, passou a mão no facão e de um talho só cortou as velha em dois. Esse é o muito falado causo do Perjuízo de Salomão que contam por aí.

Mas, por essas estimativas, o major Salomão, o que tinha de brabo tinha de mulherengo. Eta índio bueno, seu. Onde boleava a perna, já deixava filho feito. E como vivia boleando a perna, teve filho que Deus nos livre. E tudo com a cara dele, que era pra não havê discordânça. Só que quando Deus Nosso Senhor quer, até égua véia nega estribo.

Logo a filha das predileção do major Salomão, a tal de Maria Madalena, fugiu da estância e foi sê china de bolicho. Uma vergonhêra pra família ! Mas ela puxou a mãe, que era uma paraguaia meio gaudéria que nunca tomô jeito na vida.

O pobre do major Salomão se matou-se de sentimento, com uma pistola Eclesiaste de dois cano.
Mas, vejam como é a vida. Pois essa mesma Maria Madalena se casou-se três ano despois com um tal de coronel Ponciano Pilatos. Foi ele que tirou ela da vida. Eu conheço uns três causo do mesmo feitio e nem um deles deu certo.

Como dizia muito bem o finado meu pai, mulher quando toma mate em muita bomba, nunca mais se acostuma com uma só. Mas nesses contraproducente, até que houve uma contrapartida.

O coronel Ponciano Pilatos e a Maria Madalena tiveram doze filho, os tal de apósto, que são muito conhecido pelas caridade que fizeram. Foi até na casa deles que Jesus Cristo churrasqueou com a cunhada de Maria Madalena, que despois foi santa muito afamada. A tal de Santa Ceia.

Pois era uns tempo muito mal definido. Andava uma seca braba pelos campo.

São José e a Virge Maria tinham perdido todo o gado e só tavam com uma mula branca no potrêro, chamada Samaritana. Um rico animal, criado em casa, que só faltava falá. Pois tiveram que se desfazê do pobre...

E como as desgraça quando vem, já vem de braço dado, foi bem aí que estouraram as revolução. Os maragato, chefiado por um tal de coronel Jordão, acamparam na entrada da Vila. Só não entraram porque tava lá um destacamento comandado pelo tenente Lázo, aquele mesmo que por duas vez foi dado por morto.

Mas aí um cabo dos provisório, um tal de cabo Judas, se passou-se pro maragato e já se veio uns tal de Romano, que tavam numas várzea, e ocuparam a Vila.

Nosso Senhor foi preso pra ser degolado por um preto muito forte e muito feio chamado Calvário.
Pois vejam como é a vida. Esse mesmo preto Calvário, degolador muito tal afamado, era filho da velha Palestina, que tinha sido cozinhêra da Virge Maria. Degolador é como cobra, desde pequeno já nasce ingrato.

Mas entonces botaram Nosso Senhor na cadeia, junto com dois abigeatário um tal de João Batista e o primo dele, Heródio dos Reis. Os dois tinham peleado por causo de uma baiana chamada Salomé e no entrevero balearam dois padre, monsenhor Caifás e o cônego Atanásio.

Mas aí veio uma força da Brigada, comandada pelo coronel Jesus Além que era meio parente do homem por parte de mãe e com ele veio mais três corpo de provisório e se pegaram com os maragato. Foi a peleia mais feia que se tem conhecimento. Foi quarenta dia e quarenta noite de bala e bala.

Morreu três santo na luta: São Lucas, São João e São Marco. São Mateus ficou três mês morre não morre, mas teve umas atenuante a favor e salvou-se, o índio...

Nosso Senhor pegou três balaço, um em cada mão e um que varou os pé de lado a lado. Ainda levou mais um pontaço do mais velho dos Romano, o César Romano, na altura das costela. Ferimento muito feio que Nosso Senhor curou tomando vinagre na sexta-feira da paixão...

Mas aí, Nosso Senhor se desiludiu-se dos home, subiu na Cruz, disse adeus pros amigo e se mandou-se de volta pro Céu.

Mas deixou os dez mandamento, que são cinco e que se pode muito bem acolherá em dois:

1º - Não se mata home pelas costa,

2º - Nem se cobiça mulher dos ôtro pela frente.

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Este texto me foi enviado há mais de três anos pela querida amiga “Olhos” dizendo ser ele anônimo e que foi encontrado escrito a ponta de facão no balcão de um bolicho, hoje tapera, no Passo do Elesbão, Quinto Distrito de Cacequi, na Província de São Pedro do Rio Grande.



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O HÁBITO SAUDÁVEL DA LEITURA
CONSIDERAÇÕES INICIAIS



“O primeiro recurso pedagógico deve ser sempre o da sedução.” José Rufino dos Santos - Revista Nova Escola - 04/2008

“ESTIMULADA” pelo anfitrião deste blog, farei algumas considerações a respeito deste assunto: Leitura.

Pois bem, o que há de mais importante que adquirir bons hábitos nesta prática?

Professores das séries iniciais do Ensino Fundamental buscam nos livros didáticos de Língua Portuguesa, alternativas para ensinar a ler, interpretar e ao mesmo tempo passar o gosto pela leitura a seus alunos. Além da leitura, ainda precisam ensinar a gramática, ortografia e produção de textos. Tarefa complicada, pois não encontramos tudo num mesmo livro.
Para os professores que desejam um retorno satisfatório de suas turmas a alternativa é pesquisar em vários livros.

A Língua Portuguesa funciona como um “carro chefe”, ou seja, em todas as disciplinas o aluno terá que ler e interpretar.

Tem ocorrido nas escolas uma defasagem de aprendizagem. Os alunos chegam para o ano seguinte despreparados, hoje quase não existe reprovação (questões políticas). O mínimo que se pode exigir de um aluno é que leia correntemente e saiba o que leu, interpretando o texto.
Deveria ser assim, não?Mas, nossa realidade é bem outra...

Por que este projeto?
Porque falar, ouvir e escrever são essenciais em nossa relação com os outros e com o mundo. E a linguagem é a ferramenta cultural que utilizamos para esta inter – relação. Portanto, o projeto procura mergulhar nas diferentes formas de ver o mundo presente nos textos.

O “Estímulo À leitura” surgiu para dar um apoio às professoras regentes de Língua Portuguesa, na escola onde trabalho. Trata-se de uma escola pública, de 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental.
Recebemos estes alunos vindos da rede municipal, lá eles foram alfabetizados e seguiram até o 5º ano (antiga 4ª série).

Obviamente, as professoras com 35 alunos, em média, nas salas de aulas, não teriam oportunidades de avaliar a leitura individual de todos.

Como funciona?

Durante as aulas de Língua Portuguesa, chamo-os um a um, (na Oficina). Dou-lhes uma leitura pequena. Eles lêem em silêncio, depois lêem alto para eu ouvir e contam com suas palavras o que leram. Simples assim!

Sobre o que lêem? Eis a questão!

Faço um plano de ação envolvendo os assuntos mais pertinentes para esta faixa etária. Eles estão ainda na fase de contos de fadas. Começo por aí.

As leituras devem ser prazerosas, bem diferentes das convencionais dos livros didáticos, então jamais pegaria o livro adotado. O trabalho é todo oral, ou seja, não cobro a parte escrita neste momento.

Outro detalhe importante: o ambiente.

Quem não gosta de uma sala bem decorada? Este trabalho então é feito, numa pequena sala, que chamo de Oficina de Leitura. Lá a fantasia corre solta, juntamente com personagens de histórias em quadrinhos, de filmes, desenhos, etc... Tudo muito bem colorido e chamativo.
Cartazes de resenhas de livros também ficam expostos nas paredes para ajudar estes alunos a escolher um livro para ler em casa, (assunto para outra matéria).

Os temas são mudados mensalmente. Gradativamente vou aumentando o grau de dificuldades e interesses. Dentro do mesmo tema eu seleciono vários níveis de leituras, pois os alunos apresentam diferentes fases. Existem aqueles que lêem e interpretam, os que somente lêem e não interpretam e os que lêem com dificuldades, devido à falta de treino, mas que compreendem bem e interpretam satisfatoriamente, ou que não estão alfabetizados ainda.

Para cada um eu seleciono um tipo de leitura.

Conseqüentemente, eles estão sendo avaliados toda vez que lêem e interpretam.Registro tudo em meu caderno de avaliação. No final de cada mês apresento um gráfico com os resultados para as professoras das classes.

Com o passar do tempo, dias e meses, vocês nem imaginam o resultado!

O treino da leitura em voz alta possibilita também a desinibição. Eles estão sendo preparados para um teatro ou leitura em público.

Alguns acham tão fascinante, que treinam em casa, (sugestão minha, como estratégia), lendo para irmãozinhos menores (A Oficina empresta livros de histórias para irmãozinhos menores).
A forma lúdica para o treino e gosto pela leitura possibilita mais espontaneidade e até aqueles que não gostavam de ler passam a gostar, pelo menos de um gênero literário.

Gênero literário é algo em que o professor deve se preocupar.

Hoje em dia as editoras se esmeram em facilitar este aspecto, estratégia de venda, que, para nós, se transformam em estratégia didática.

Pesquisando na internet ou nos catálogos das editoras, você encontra as sugestões por gênero e faixa etária. Indispensável também são as resenhas, que dão uma noção básica sobre os livros.

A prática de fazer resenhas, também terá uma matéria específica.

Naturalmente as professoras de Língua Portuguesa e demais disciplinas notaram o desenvolvimento de seus alunos. Isto sempre é comentado em reuniões pedagógicas.

Neste mundo tão abrangente, busquei atividades diversas, solicitando também opiniões dos próprios alunos, através de pesquisas.

Existem várias alternativas para aguçar a curiosidade dos alunos e fazê-los ler brincando.

Afinal, nosso objetivo é prepará-los para ler o mundo!



Simplesmente ler
Prof .Edith C. Teodoro

Ler muito.
Ler “quase” tudo.
Ler com os olhos, os ouvidos, como tato, pelos poros e demais sentidos.
Ler com razão e sensibilidade.
Ler desejos, o tempo, o som do silêncio e do vento.
Ler imagens, paisagens, viagens.
Ler verdades e mentiras.
Ler para obter informações, inquietações, dor e prazer.
Ler o fracasso, o sucesso, o ilegível, o impensável, as entrelinhas.
Ler na escola, em casa, no campo, na estrada, em qualquer lugar.
Ler a vida e a morte.
Saber ser leitor tendo o direito de saber ler.
Ler simplesmente ler.




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Texto enviado pela professora Cristina e que a Torre publica com alegria.




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domingo, 9 de novembro de 2008

Ainda sobre Educação

Publico e-mail e imagem enviados pela professora Cristina.



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Atualizando as informações sobre o Projeto “Estímulo À Leitura”


Durante o ano de 2008, este projeto cumpriu seu papel. Na brincadeira da leitura prazerosa, ele atingiu sua meta, estimulando seus alunos recém-chegados, para o 6º ano do Ensino Fundamental, à prática de uma leitura agradável.
Sem perceber que estavam adquirindo o gosto pela leitura estes alunos chegavam à Oficina, liam e interpretavam o que era proposto, participavam de concursos, promoções de resenhas e redações. Como os alunos levavam livros para ler em casa, eu encontrei na promoção: “Troque sua resenha por uma folha decorada ou material escolar”, uma forma de avaliá-los, sem aquela cobrança habitual. Depois da leitura, quem quisesse ganhar uma folha ou material escolar, deveria me entregar uma resenha da obra lida.
Muito comum entre as meninas de 11 anos é colecionar folhas de cadernos e fichários. Aquelas folhas enfeitadas com motivos variados, de flores, corações, personagens de filmes e desenhos entre outros. Comecei oferecendo folhas de meus cadernos, alguns lápis e borrachas.
Virou festa esta promoção... E no final, formei alguns “apreciadores de obras literárias”. Outra forma de avaliação foram os concursos de redações e resenhas, oferecendo para o primeiro lugar um prêmio, (cadernos, dinossauros, kits, etc.)
Com isso, estarão aptos a continuar suas leituras no próximo ano, tenho certeza!
Na medida em que meus alunos foram se envolvendo nestas promoções e concursos, que para eles era somente divertida, fui aumentando as idéias e dificuldades na elaboração de novas redações e histórias.
No decorrer de 2008 solicitei a autores e editores livros destinados a esta faixa etária. Eu queria um acervo diferente, deixando para a biblioteca da escola a divulgação de livros clássicos. Acredito que o aluno lerá Dom Casmurro, por exemplo, de livre e espontânea vontade, se estimularmos primeiramente, de uma forma lúdica. Daí então minha busca entre autores de histórias para adolescentes.
Agradeço a estes maravilhosos magos da fantasia literária, que doaram suas obras no decorrer do ano, juntamente com suas editoras:

Thalita Rebouças e Angélica Lopes,com dedicatórias e beijos!
Estas duas “fofas” são fantásticas. Através delas, Cintia Borges da Editora Rocco, me enviou outros títulos de aventuras e suspense.
João Carlos Marinho, muito simpático solicitou à Editora Global que me enviassem seus livros da turma do gordo. Recebi alguns muito legais!
Ricardo Azevedo, numa riqueza de livros sobre o folclore, com dedicatória, amei todos!
Laura Bergallo, Flávio Carneiro e Roseana Murray que pessoalmente me enviaram algumas de suas obras.
Editora Cortez, através de Cesar Oliveira, do site futebol.com, livros sobre futebol.
Revista Ciência Hoje, através do Sr. Ricardo Madeira que atendeu um pedido de meu primo Nino Dastre.
Divulgação Clássica-Varginha, Sr Lucas-Editora Scipione e Àtica : desculpe-me pela insistência, mas “quem não chora não mama” e vocês têm obras maravilhosas( ainda quero mais!)
Editora RHJ com os livros de Tarsila do Amaral, sensacionais!
Editora Moderna/Salamandra, através do Sr Jailson T. da Costa e o consultor da região, Sr. Elvis. Muito obrigada! Livros super bacanas!
EDITORA FTD... Obrigada de novo, sempre: Tatyana, Stephanie e Àurea de Belo Horizonte. Vocês são maravilhosas para meu projeto!
Outra experiência positiva para motivar esta criançada a ler é dar-lhes revistinhas em quadrinhos, até aí, nada de novo!
Mas e as revistas de pensamentos, poemas e frases de amor? Outra novidade!
Temos muitas Editoras investindo neste tipo de revistas, entre elas a Escala e Minuano. Ah! Como gostaria que elas doassem alguns exemplares... Eu tenho comprado algumas e até fiz a assinatura da revista Atrevidinha.
Não estou maluca: esta revista é informativa, moderna, linguagem adequada, fashion... etc. recomendo para as meninas pré-adolescentes.
Com este sucesso, investi em revistinhas de beleza, maquiagem, cabelos, receitas culinárias, artesanato, etc. E a mais recente aquisição, a pedido dos meninos: revistas de carros.
Um mega obrigada especial ao anfitrião deste blog, que gentilmente faz suas doações para a Oficina, provando que a distância não é obstáculo algum entre pessoas de boa vontade.
Obrigada aos amigos da cidade pela contribuição!
Um obrigado especial a amiga Laís, de Porto Alegre, que me enviou via "Correios" 10 kg de revistinhas em quadrinhos.
O projeto continuará no próximo ano, com mais sonhos e realizações, pois sua meta é:
“Estimular os alunos para leitura como ação inteligente e reflexiva, garantindo o acesso aos saberes lingüísticos necessários para o exercício da cidadania, direito inabalável de todos.”
Para aqueles que puderem colaborar, esclareço que não necessito de exemplares de livros ou revistas iguais, um título é o suficiente, pois eu os atendo individualmente, tratando-se de um exercício de linguagem oral, treino da leitura e interpretação, como está explicitado no plano de ação.
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No decorrer da semana que passou esta Torre recebeu muitas manifestações de apoio, por conta da abordagem dada ao trabalho da professora Cristina. O texto também foi publicado integralmente no Blog da Nova Águia, uma revista e um movimento que busca resgatar os valores portugueses e dos países lusófonos e, através dessa integração, valorizar os países de língua portuguesa no cenário mundial.
Em alguns comentários ficou clara a convergência de pensamento e de esforços similares que se desenvolvem pelo país afora. Sugeri, em um comentário meu, que se criasse um espaço para unificar essa luta.
Enquanto esse espaço específico não surge, a Torre estará disponível para a publicação de artigos que tratem do tema.
Professora Cristina; a Torre tem portas, mas estarão sempre abertas para ti.
Ouso copiar uma frase inserida num comentário da postagem anterior e que resume bem o que penso.
"Fala-se tanto da necessidade de deixar um planeta melhor para os nossos filhos e, muitos se esquecem da urgência de deixar filhos melhores para o nosso planeta."

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Barbaridade, Tchê... Andas ainda envolto com esses pensamentos?... Teu caso é sério! Por quê não marcas uma consulta com meu outro compadre, o de Bagé? Ele entende dessas coisas afrescalhadas. Ou quem sabe com a dotôra Anne? Corre boato que ela também cura essas coisas de idéias mal postadas.
Mas bueno, te trouxe os causos dos bugres das Missões... mas me representa que não estás com cabeça prá coisa... Deixemos prá próxima, então...
Ainda tens da erva? Preparo o mate, então...
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domingo, 2 de novembro de 2008

É esta a realidade da nossa educação


É notório o descaso com a educação neste país. Por mais que os discursos oficias tentem encobrir a falência do atual sistema educacional, apresentando números e cantando loas às inaugurações de prédios pretensamente educativos, como se prédios fossem sinônimos de conhecimento, não são o bastante, os discursos, para mascarar a realidade.

Quem de vocês já não recebeu um desses e-mails que circulam pela internet tratando de “pérolas” de vestibulares ou outros concursos?... São risíveis?... Não. São trágicos. São esses mesmos que amanhã estarão a nos enfiar um bisturi no fígado, a nos defender nos tribunais, a reproduzir as suas mediocridades nas escolas para que nossos filhos se tornem tão ou mais ignorantes que eles próprios e a fazer as leis que seremos obrigados a cumprir.
É esse o círculo, ou melhor, a espiral que a cada volta mais nos leva para a profundeza do obscurantismo da ignorância tecnicista.

Ah, mas eu sei montar um computador em meia hora, sei fazer cálculos estruturais que economizarão alguns milhões para a construtora que me paga; se mais tarde houver infiltrações e o prédio ameace ruir, esse “mais tarde” sei também planejar. Será na justa medida em que tudo já esteja pago e as responsabilidades não mais existam.

Não preciso saber escrever. O corretor ortográfico do Word resolve isso. E nem preciso pensar muito. As fórmulas prontas do Excel calculam para mim. Não tenho que pensar no caráter social do que faço, o governo tem pessoas para fazer isso, e tabularem, e discursarem e se elegerem.

A mim me basta saber que esta venda vai me render uma boa comissão, pois a máquina que estou vendendo é já obsoleta, mas quem se importa?... É a Prefeitura quem vai pagar. Amanhã será outro prefeito, outro secretário, aí vendo outras máquinas, superfaturada também, por certo. Sou esperto, não sabes? Ensinaram-me a sê-lo. Preciso do dinheiro para pagar o Audi, para a reforma da cobertura, para o colégio particular dos meninos, afinal, eles precisam ficar espertos como o pai.

Desde quanto isso vem? Não sei. Talvez desde remotas eras, mas com substancial agravamento a partir do desenvolvimento capitalista, quando o “ter” é muito mais importante do que “ser”. Então era importante formar autômatos técnicos que saibam determinar a mais valia para alimentar o sistema.

E paguem mal aos professores. E não os incentivem. Afinal, eles nem precisam pensar e é bom que assim seja para não contaminar com vagas idéias de pensamentos aos alunos que só queremos para reproduzir a roda-viva do consumo em massa.

E rasguem-se os livros de filosofia e sepultem-se de vez os pensadores...

Mas há luz, ou pelo menos uma réstia, como no texto que transcrevo abaixo, escrito por uma professora do sul de Minas Gerais para um jornal de circulação regional. Embora publicado em 2007 este texto e o projeto nele referido continuam atuais e em desenvolvimento, tal como a necessidade de apoio de todos aqueles que ainda possuem alguma esperança no futuro do nosso país. Os nomes próprios constantes no texto original foram suprimidos, pois não possuo autorização para citá-los.

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Projeto “Estímulo À Leitura”

Sou professora excedente na Escola Estadual (...). Excedente significa que eu não sou habilitada em conteúdos específicos para lecionar nas turmas de 5ª à 8ª séries do ensino fundamental. Eu me formei em Pedagogia e algumas especializações, além do Lato Sensu em Docência no Ensino Superior.

Sendo excedente, estou fora da sala de aula. A Secretaria Estadual da Educação, a cada ano têm nos colocado em situações difíceis e até constrangedoras, desde a municipalização do ensino de Pré à 4ª séries. Disse no plural, porque não sou a única excedente em minha cidade.
Mas não vou entrar nesta seara ... pois quero falar do meu projeto de leitura.

Sendo assim, como recuperadora de alunos, resgatei a leitura na porta da sala. As antigas professoras alfabetizadoras lembrarão-se disso. Era comum “tomar leitura” dos alunos de 1ª série recém - alfabetizados.

Somando a necessidade de inserir os alunos de 4ª séries, recém-chegados da rede municipal para as 5 ª séries no novo ambiente escolar, elaborei o “Projeto Estímulo À Leitura”.
Primeiramente consultei os professores de Língua Portuguesa de 5ª séries, e também a direção da escola. Propus o trabalho, que era basicamente treinar a linguagem oral dos alunos.
Neste ano de 2007, no terceiro ano desta experiência, tanta coisa mudou... O estímulo à leitura cresceu, e as idéias também... Comecei a recortar leituras de livros didáticos velhos, fotocopiar histórias de revistas pedagógicas e emprestar para os alunos. Nasceu daí o “Levando uma história para casa”. Parti para revistas em quadrinhos, e alguns livrinhos das lojas de 1,99.
Percebi que os alunos que liam duas folhas no início, liam uma revista inteira mais adiante e também os pequenos livros... Não podia parar por aí e comecei a comprar livros de literatura infantil, faixa etária de 11 a 12 anos. Obviamente que a escola possui uma biblioteca com um bom acervo. Mas os alunos não têm o hábito da leitura e para convidá-los a visitar nossa biblioteca, eles precisavam de uma motivação mais específica. O aluno-leitor, que deixa a fase de leitor em processo, para leitor fluente interessa-se ainda pelo repertório anterior, somado às curiosidades pertinentes à idade.

Procurei então, comprar livros que eles chamam “da hora”. Ou seja, livros atraentes, com ilustrações, coloridos, etc..

Com o passar dos meses, estes leitores já não queriam mais somente as historinhas recortadas. Transformaram-se em leitores críticos, na busca de mais informações e novas leituras. O “Levando uma história para casa” tornou-se uma “Oficina de Leitura”, necessitada de patrocinadores, pois obviamente não poderia comprar tudo que pediam só com o patrocínio familiar, em especial, da minha querida irmã, (...). Enviei e-mails para editoras, encaminhando meu projeto junto ao pedido de doações de livros infanto-juvenis.

Daí vem meu mais profundo agradecimento a EDITORA FTD.
Foi a única editora que atendeu meu pedido de socorro, sem me perguntar se a escola iria comprar livros de literatura. Recebi telefonema de uma outra editora, ela só me mandaria uns três livros de literatura para apreciação se eu ou a escola nos comprometêssemos a fazer um pedido grande. Fiz um teste... mandei outro e-mail perguntando se eu comprasse alguns livros, se me enviariam sem gastar frete (para testar a sensibilidade e solidariedade deles). Sabem a resposta? Outro telefonema sugerindo-me para procurar as livrarias da cidade e encomendar através delas...

Gratíssima à Editora FTD de Belo Horizonte, através da visita exclusiva do divulgador (...) à escola.
(...)
Meu agradecimento profundo às colegas, professoras de Língua Portuguesa e direção da escola, que acreditaram neste projeto.

Minha decepção em não conseguir meu famoso “Pó de giz” (benefício de 20% no salário, exclusivo para regentes de sala de aula e projetos aprovados pela SEE, que me tiraria da excedência).

Minha profunda tristeza em não conseguir sensibilizar colegas da (...) SRE de minha cidade, onde trabalhei por mais de 15 anos, com relação à aprovação de meu projeto, isto poderia ser feito naturalmente pela equipe local, pois possuem autonomia suficiente para bem mais que isso. E além do que, 20% não cobre o que investi, de meu salário pessoal, para executar um projeto de leitura, de sucesso, visando retomar no aluno o prazer de ler, além de atender a carência literária, a caridade, enfim, o bem comum de uma comunidade escolar, sem fins lucrativos.

Se depender de mim, das professoras de Língua Portuguesa, dos alunos e da diretora com certeza estaremos no próximo ano dando continuidade ao projeto. Aguardemos, portanto, a chegada de 2008, quem sabe poderemos contar com uma doação sua, caro leitor do Jornal (...).
Revistas em quadrinhos e livros de literatura infanto-juvenil serão bem-vindos!
Professora Cristina
Outubro de 2007

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Esta Torre disponibiliza-se a ser um entreposto de contato. É o mínimo. São livros e revistas que ela pede. E nem precisam ser novos.

Contatos com a professora Cristina: knascha@hotmail.com
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